Referência que vem por Carta - Diario de Pernambuco

Posted by Pietro Farias On sexta-feira, 17 de dezembro de 2010 0 comentários


Não é comum, mas algumas empresas de segmentos mais tradicionais ainda solicitam carta de referência antes de fechar uma contratação. E, justamente, por não estarem acostumados com este tipo de exigência, muitos candidatos e ex-empregadores ficam sem saber o que deve ser colocado no papel. A resposta, apontam os especialistas em recursos humanos, é: o essencial.
Para a psicóloga Edilza Guimarães, da consultoria de recursos humanos Dimensão, uma carta de referência recheada de elogios acaba tendo o efeito contrário ao desejado. Ela acredita que, desta maneira, o documento parece ter sido feito por um amigo do candidato, com a única intenção de valorizá-lo. O resultado, geralmente, é uma incômoda pulga atrás da orelha do possível empregador.

Em vez de adjetivos, a carta deve conter informações objetivas e sucintas, referentes aos cargos ocupados, às atividades exercidas e aos desafios assumidos pelo profissional no(s) emprego(s) anterior(es). A menção a uma ou duas qualidades é o suficiente. No fim das contas, tudo pode ser sintetizado em cerca de dez linhas. ´A carta precisa ser curta, já que o selecionador tem outras coisas para avaliar, como o próprio currículo do candidato. Quando o texto é longo, a impressão é que se está tentando enrolar`, aconselha.

De acordo com Edilza Guimarães, devido à falta de tempo ou de conhecimento sobre a estrutura de uma carta de referência, alguns ex-empregadores solicitam que os candidatos redijam o documento e o enviem para assinatura. Por isso, é preferível que os profissionais tenham noção do que exerciam nos empregos anteriores e capacidade para combinar modéstia e valorização dos pontos fortes.

Mais importante do que isso, no entanto, é ter (e conservar) uma relação saudável com os ex-patrões. Caso contrário, dificilmente, um profissional conseguirá cartas de referência que contribuam para a continuidade da sua carreira. ´Quando a pessoa mantém um bom relacionamento e tem um histórico profissional positivo e legalizado, não há como a empresa negar. Às vezes, ela mesma pode tomar a iniciativa de oferecer o documento`, afirma a consultora de recursos humanos.

Duas cartas

Bom saber: a carta de referência não é igual à de apresentação. Esta última, explica a consultora Lúcia Barros, da Lucre RH, é redigida pelo próprio candidato e tem a função de substituir o currículo. ´Neste documento, que não deve ter mais de uma página, o profissional resume, de forma objetiva, experiências (cargos, atividades e períodos) e resultados expressivos obtidos na sua trajetória. `

De acordo com a especialista, a carta de apresentação tem a finalidade de despertar o interesse do recrutador pelo candidato e, por isso, deve conter algum elemento que atice a curiosidade. ´É como se fosse uma isca`, diz.

O que colocar na carta de referência?

1) Nome da empresa e/ou profissional a quem a carta está sendo destinada.

2) Indicação dos dados básicos do candidato: nome completo e números de identidade, carteira profissional e CPF.

3) Citação dos cargos ocupados pelo profissional, com o detalhamento das atividades exercidas e dos respectivos períodos.

4) Destaque para uma ou duas qualidades do candidato. Exemplos: competência, pontualidade, assiduidade e comprometimento.

5) Assinatura do antigo empregador (de preferência, com indicação ou timbre da empresa).

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